sábado, 9 de maio de 2009

BIOGRAFIA - Eça de Queiroz



José Maria de Eça de Queirós nasceu em Novermbro de 1845, numa casa da praça do Almada na Póvoa de Varzim, no centro da cidade; foi baptizado na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d'Eça, nascida em Monção em 1826[1].

Eça de Queirós foi batizado como "filho natural de José Maria d'Almeida de Teixeira de Queiroz e de Mãe incógnita"[carece de fontes?], fórmula comum[carece de fontes?] que traduzia a solução usada em caso similares nos registos de baptismo quando a mãe pertencia a estratos sociais elevados[carece de fontes?].

Uma das teses para tentar justificar o facto dos pais do escritor não se terem casado antes do nascimento deste sustenta que Carolina Augusta Pereira de Eça não teria obtido o necessário consentimento da parte de sua mãe[carece de fontes?], já viúva do coronel José Pereira de Eça.

De facto, seis dias após a morte da avó que a isso se oporia, casaram-se os pais de Eça de Queirós, quando o menino tinha quase quatro anos. Por via dessas contingências foi entregue a uma ama, aos cuidados de quem ficou até passar para a casa de Verdemilho em Aradas, Aveiro, a casa da sua avó paterna que em 1855 morreu[carece de fontes?].

Nessa altura, foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861, com dezasseis anos, para a Universidade de Coimbra onde estudou direito.

Além do escritor, o casal teria mais seis filhos.
Estátua na Póvoa de Varzim.

O pai era magistrado, formado em Direito por Coimbra. Foi juiz instrutor do célebre processo de Camilo Castelo Branco, juiz da Relação e do Supremo Tribunal de Lisboa, presidente do Tribunal do Comércio, deputado por Aveiro, fidalgo cavaleiro da Casa Real, par do Reino e do Conselho de Sua Majestade. Foi ainda escritor e poeta.

Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados avulso na revista "Gazeta de Portugal", foram depois coligidos em livro, publicado depois da sua morte sob o título Prosas Bárbaras.

Em 1869 e 1870, Eça de Queirós fez uma viagem de seis semanas ao Oriente[carece de fontes?] (de 23 de Outubro de 1869 a 3 de Janeiro de 1870), em companhia de D. Luís de Castro, 5.º Conde de Resende, irmão da sua futura mulher, Emília de Castro, tendo assistido no Egipto à inauguração do canal do Suez: os jornais do Cairo referem «Le Comte de Rezende, grand amiral de Portugal et chevalier de Queiroz»[2]. Visitaram, igualmente, a Palestina[carece de fontes?]. Aproveitou as notas de viagem para alguns dos seus trabalhos, o mais notável dos quais o O mistério da estrada de Sintra, em 1870, e A relíquia, publicado em 1887. Em 1871, foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.

Quando foi despachado mais tarde como administrador municipal de Leiria, escreveu a sua primeira novela realista, O Crime do Padre Amaro, que apareceu em 1875.

Tendo entrado na carreira diplomática, Eça de Queirós passou os anos mais produtivos de sua vida em Inglaterra, como cônsul de Portugal em Newcastle e em Bristol[carece de fontes?]. Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, A Capital, escrito numa prosa hábil, plena de realismo. Suas obras mais conhecidas, Os Maias e O Mandarim, foram escritas em Bristol e Paris, respectivamente.

Seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um fidalgo do séc XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua linhagem. É um romance imaginativo, entremeado com capítulos de uma aventura de vingança bárbara que se passa no século XII, escrita por Gonçalo Mendes Ramires, o protagonista. Trata-se de uma novela chamada A Torre de D. Ramires, em que antepassados de Gonçalo são retratados como torres de honra sanguínea, que contrastam com a lassidão moral e intelectual do rapaz.

Morreu em 16 de Agosto de 1900 em Paris. Teve funerais nacionais[carece de fontes?]. Está sepultado em Santa Cruz do Douro.

Seus trabalhos foram traduzidos em aproximadamente vinte línguas.

Foi também o autor da Correspondência de Fradique Mendes e A Capital, obra cuja elaboração foi concluída pelo filho e publicada, postumamente, em 1925. Fradique Mendes, aventureiro fictício imaginado por Eça e Ramalho Ortigão, aparece também no Mistério da Estrada de Sintra.

[editar] Cronologia sumária

[editar] Obras

* O mistério da estrada de Sintra (1870) (eBook)

* O Crime do Padre Amaro (1875)
* A tragédia da rua das flores (1877-78)
* O Primo Basílio (1878)
* O mandarim (1880) (eBook)

* As minas de Salomão (1885) (eBook)

* A relíquia (1887) (eBook)

* Os Maias (1888)
* Uma campanha alegre (1890-91)
* Adão e Eva no paraíso (1897)
* Correspondência de Fradique Mendes (1900)
* A Ilustre Casa de Ramires (1900) (eBook)

* A cidade e as serras (1901, Póstumo) (eBook)

* Contos (1902, Póstumo)
* A Aia (1894)
* O tesouro (1893)
* Prosas bárbaras (1903, Póstumo)
* Cartas de Inglaterra (1905, Póstumo) (eBook)

* Ecos de Paris (1905, Póstumo)
* Cartas familiares e bilhetes de Paris (1907, Póstumo)
* Notas contemporâneas (1909, Póstumo)
* Últimas páginas (1912, Póstumo)
* A capital (1925, Póstumo)
* O conde de Abranhos (1925, Póstumo)
* Alves & Companhia (1925, Póstumo)
* Correspondência (1925, Póstumo)
* O Egipto (1926, Póstumo)
* Cartas inéditas de Fradique Mendes (1929, Póstumo)
* Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas (1949, Póstumo)

[editar] Obras traduzidas

[editar] Em francês

* O Mandarim (Le Mandarin): traduzido do português por Michèle Giudicelli, prefácio de Antônio Coimbra Martins,Collection: Littérature étrangère, Editions de la Différence, Paris, publicado em 11 de Setembro de 2002, ISBN 2-7291-1414-9.
* O Crime do Padre Amaro (Le Crime du Padre Amaro): Romance traduzido do português e prefaciado por Jean Girodon, Collection: Littérature étrangère, Editions de la Différence, Paris, publicado em 05/2007.
* O Primo Basílio (Le Cousin Bazilio): Romance traduzido do português e prefaciado por Lucette Petit, Collection :Littérature étrangère, Editions de la Différence, Paris, publicado em 7 de Dezembro de 2001, ISBN 2-7291-1368-1
* O Mistério da estrada de Sintra (Le Mystère de la route de Sintra), Editeur La Différence, 2001, ISBN 2729106723.
* Sua Excelência, O Conde de Abranhos(Son Excellence, Le Comte d'Abranhos), Editeur La Différence, 1998, ISBN 2-7291-1150-6.

[editar] Em catalão

* (El difunt), Ràfols, Barcelona, 1920?
* O Egipto (De Port-Said a Suez), trad. de Narcís Oller, Ed. Catalana, Barcelona, 1921
* A aia (La Dida); trad. de J. Finestrelles, Castells, Barcelona, 1923?
* O Mandarim (El mandarí), Tres i Quatre, València, publicado em 1992
* Adão e Eva no paradiso (Adam i Eva al paradís, Amós Belinchón, 1987
* O primo Basílio (El cosí Basílio), Quaderns Crema, Barcelona, 2000.
* O crime do padre Amaro (El crim de mossén Amaro), Quaderns Crema, Barcelona, 2001.
* A correspondência de Fadrique Mendes (La correspondència de Fradique Mendes), Columna, Barcelona, 2002
* 'A ilustre casa de Ramires (La il·lustre casa de Ramires), Destino, Barcelona, 2006.
* Os Maias (Els Maia), Funambulista, Madrid, 2007.

[editar] Ver também

* Correntes d'Escritas
* Carlos Reis
* Rocha Peixoto

[editar] Notas

[1] Queiroz é a grafia na época em que viveu o escritor. A vigente ortografia da língua portuguesa determina que a forma correcta é Queirós.

Referências

1. ↑ Filiação de Eça de Queirós em Geneall
2. ↑ João Medina, Eça de Queiroz e o seu tempo, Livros Horizonte, lisboa, 1972

[editar] Ligações externas
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* Obras de Eça de Queirós no Projecto Gutenberg
* Obras de Eça de Queirós na Biblioteca Nacional Digital
* Fundação Eça de Queiroz (contém biografia e bibliografia)
* Biografia de Eça de Queirós em "Vidas Lusófonas"
* Eça de Queirós - Idealismo e Realismo
* Eça de Queirós - Sobre as crónicas publicadas em Uma Campanha Alegre


Precedido por
António José da Silva
(patrono) correspondente da ABL - fundador da cadeira 2
Sucedido por
Carlos Malheiro Dias

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